tudo sobre Recon CS-6



Eu havia planejado postar a review do Nerf Disk Shot antes desta. Havia até começado a escrevê-la. Mas aí notei uma tendência. Havia pessoas me perguntando sobre uma blaster – a Nerf Recon CS-6. Perguntaram se eu a recomendaria, se eu poderia fazer uma review dela... enfim, queriam saber detalhes sobre essa blaster específica. Parei para pesquisar e vi que a Recon é de fato uma blaster querida pela comunidade Nerf brasileira. E achei então que seria bem mais útil para os leitores do blog uma review dela neste momento, deixando a Disk Shot para depois. Portanto, hoje falaremos sobre ela: a Nerf Recon CS-6.

A trilha sonora para esta review fica a cargo da banda The Agonist, com a músicaThank You Pain. Destruidor!!! Divirtam-se!!!

Impressões iniciais


Nerf Recon - CS6 - Vista lateral com todas as peças encaixadas.
Logo de primeira, devo dizer que acho a Recon bonita. Na minha opinião, ela, juntamente com a Maverick, faz um ótimo uso das cores clássicas das blasters Nerf: amarelo e laranja. Os detalhes em preto são bem colocados e as linhas do seu design fluem bem juntas. Aliás, eu pessoalmente acho que as linhas da Recon são um de seus pontos fortes. Retas e detalhadas, elas conseguem mostrar a que essa blaster veio: batalhas Nerf!!

Extensor do cano da Recon - mesmo sendo cilíndrico, possui vários detalhes em linhas retas.

Até onde posso entender, a proposta da Recon é de ser um fuzil de assalto, apesar de não ser automática. Mas, mais que isso, ela também se propõe a mudar a sua forma para adequar-se à batalha. Veremos mais adiante que seu cano e sua coronha são removíveis e quando os retiramos da blaster ela vira uma pistola. Portanto existe uma certa flexibilidade na sua aplicação e isso conta a seu favor.

Nos parágrafos seguintes vamos analisar a Recon em mais detalhes e entender seu funcionamento. Como sempre, você está convidado a ler junto :)

Design e controles

Como eu já disse, acho a Recon bonita. Mais que isso, eu a acho imponente, principalmente por causa das suas linhas retas e sua construção. As linhas retas fazem com que ela tenha uma aparência uniforme, sendo que toda a blaster segue essas linhas.A sua construção faz com que ela lembre realmente uma arma de verdade, guardadas as devidas proporções entre estas e uma arma de brinquedo, claro. Eu até me arriscaria dizer que parte do charme da Recon está nesta lembrança de uma arma real, que dá uma maior sensação de que o que temos na mão é algo diferente. Um exemplo do que estou falando pode ser visto neste link (http://brunerf.blogspot.com/2010/08/local-mod-of-week-skitzos-m4-recon.html). Este é um mod feito usando a Recon como base. Pode-se notar que a blaster por si só empresta o ar realístico do mod, e a pintura que foi feita junto com os acessórios vem apenas para confirmar essa característica.

A Recon vendida no Brasil até agora é a pintada com as cores clássicas da Nerf: amarelo e laranja. Mas ela também está disponível nos Estados Unidos na clear series(transparente), na sonic series (transparente esverdeada) e em uma edição especial do Walmart com pintura vermelha. A vendida aqui também vem acompanhada de apenas um clip (carregador) para dardos embora lá fora exista um kit especial que já vem com dois clips. O interessante do pacote, no entanto, é que a Recon, mesmo a mais básica, já vem acompanhada de uma mira de ponto de luz para ser acoplada em um de seustactical railsFalaremos deste acessório mais tarde.

A Recon é composta de 3 partes principais: (1) a blaster propriamente dita, onde estão o cabo, o gatilho e o mecanismo de disparo, (2) o extensor do cano e (3) a coronha. Essas três partes são separáveis umas das outras e portanto podemos ter até 4 combinações diferentes com elas: (1) a blaster completa, com as três partes, formando um fuzil; (2) apenas a blaster e o cano, sem a coronha, o que a torna quase que uma super-pistola; (3) apenas a blaster e a coronha, sem o cano, o que a faz ficar como uma pistola com apoio de ombro; e (4) apenas a blaster, sem coronha ou cano, o que nos fornece uma pistola. Completando os componentes, temos uma mira muito parecida com a da Longstrike, para ser usada em conjunto com o extensor do cano, e uma mira de ponto de luz, que pode ser acoplada a qualquer tactical rail, mas cuja recomendação do manual é que ela seja posta abaixo do extensor do cano. Como se pode ver, há diversos componentes na Recon que, por poderem ser montados e desmontados na/da blaster, conferem flexibilidade à sua aplicação. Veremos no entanto que a principal diferença de desempenho ocorre quando se tem o cano acoplado ou não na blaster, e desta forma a principal decisão geralmente fica entre usá-la como pistola ou fuzil completo.

A Nerf Recon com suas peças separadas.


Nerf Recon apenas com o extensor do cano acoplado.

Nerf Recon apenas com a coronha acoplada - alguns chamam esse modo de submetralhadora.

A Nerf Recon sem a coronha e o cano, na sua forma de pistola.
A parte principal da Recon, claro, é aquela que contém o mecanismo de disparo, e forma a blaster propriamente dita. Esta parte contém os elementos mecânicos internos e as peças que nos permitem comandá-los também. Olhando para esta peça apenas, podemos ver o corpo da blaster, que contem o mecanismo de disparo, o conjunto do cabo e do gatilho, a abertura para a inserção do clip com os dardos e o engatilhador da blaster. Este último é uma peça cinza, em forma de ferrolho, que pode ser puxado para trás e depois empurrado para a frente para armar um disparo. Note que ele fica na parte superior do corpo da blaster (veja foto anterior), o que adiciona um detalhe de ergonomia que eu comentarei mais adiante. As partes finais que podem ser vistas são, na dianteira, o conector laranja onde se fixa o extensor do cano, e na traseira, uma peça preta que tem duas funções: protejer a mão do usuário dos movimentos do pistão de ar (que corre por dentro dessa peça) e servir de conector para o encaixe da coronha na blaster.

A ação com a Recon começa com o ato de carregá-la com os dardos. Para isso ela usa o sistema de clips conhecido pelo nome em Inglês clip system da Nerf. Como faz um tempo que falei do clip system aqui, acho que vale apena revisar o seu funcionamento. O sistema consiste em usar carregadores ou clips que podem suportar um número variável de dardos (dependendo do modelo de clip) e que são introduzidos em aberturas específicas nas blasters. Os dardos usados no clip system são os streamline darts e são diferentes dos três outros tipos principais de dardos Nerf (ver review dos tipos de dardos aqui). Quando colocados no clip, os dardos ficam empilhados dentro deste e uma mola embaixo deles os empurra levemente para cima e para fora do clip. Na parte de cima, o clip possui uma espécie de câmara circular aberta na frente, atrás e acima, que contém o primeiro dardo. A parte superior da câmara tem sua abertura menor do que o diâmetro dos dardos, prendendo-os ali de forma que eles não saltem para fora do clip mas não impeça a sua colocação ou retirada de maneira fácil. O clip que vem na caixa da Recon carrega 6 dardos, e portanto a arma tem o sufixo do seu nome como CS-6Clip System com 6 dardos.

Clip padrão Nerf para 6 dardos que vem com a Recon.

Na Recon, o clip é inserido em uma abertura localizada na parte de baixo da blaster e logo na frente do conjunto cabo-gatilho. Para fazê-lo necessitamos puxar para trás o engatilhador da blaster, introduzir o carregador, e depois retornar o primeiro para frente. Quando puxamos o engatilhador para trás, este armará o pistão de ar e o travará nesta posição. O próximo dardo do clip subirá para a posição mais alta deste e ficará na frente do cano da blaster. Quando empurramos o engatilhador de volta à sua posição inicial, o dardo é empurrado para a parte do cano onde ele ficará travado em posição de disparo e “esperando” que este aconteça. O tubo que leva o ar do pistão até o dardo é quem dá esse empurrão. Ele também passa por dentro da câmara circular do clip e ocupa o espaço que foi deixado pelo dardo. Desta forma os outros dardos do clip continuam em suas posições e o clip fica preso já que o tubo o está segurando pela câmara. Quando puxarmos o engatilhador mais uma vez para trás, este tubo irá para também trás e sairá da posição do primeiro dardo, o que permitirá que o próximo dardo no clip suba e tome esta posição, reiniciando o ciclo. Para remover o clip depois de termos atirado todos os dardos, devemos puxar o engatilhador para trás e puxar um dos dois botões de liberação do clip, que ficam loco à frente do guarda-mato (parte que proteje e envolve o gatilho). O fato da Recon ter dois botões de liberação do clip, um na esquerda e um na direita, é ótimo para os canhotos pois permite que se opere a blaster com a mão esquerda sem problemas. Com o botão puxado o clip será liberado e poderemos retirá-lo da blaster. Podemos depois voltar o engatilhador para frente e pressionar o gatilho para liberar o mecanismo de disparo e não deixar a mola do pistão armada sem necessidade. Lembrando que os manuais das blasters Nerf pedem para que não as guardemos com o mecanismo armado – imagino que seja justamente para preservar a mola, então eu sempre libero o mecanismo de disparo depois de retirar um clip a não ser que eu tenha outro clip já carregado e pronto para ser inserido.

Recon vista de baixo, mostrando a abertura para a inserção do clip e o cano que vai do pistão de ar até o dardo dentro dessa abertura.

Recon sendo engatilhada.

Aqui entra o pequeno detalhe de ergonomia que eu mencionei. Como o engatilhador está em cima da blaster, quando a estamos usando como um fuzil, com uma mão no cabo e a outra embaixo da blaster para apoiá-la, para engatilhá-la temos que tirar essa mão de apoio da sua posição, levá-la até o engatilhador em cima da blaster, armá-la, e depois voltar a mão para o apoio (veja foto anterior). Todo esse movimento é um pouco incômodo para mim – nada que estrague minha diversão, mas neste quesito sou mais fã da Deploy com seu engatilhador logo abaixo da blaster ou mesmo da Longstrike que, mesmo tendo um engatilhador lateral que exige que a mão de apoio seja deslocada, o faz de maneira mais confortável e direta, na minha opinião.

Com a blaster armada, podemos então ir para a parte mais divertida de tudo isso: encontrar um alvo e disparar. E quando encontramos um alvo, precisamos primeiro mirar nele (claro!!). E para isso, a Recon conta com dois tipos de mira que vêm de fábrica. A primeira é a mira fixa, cujos elementos ficam na parte superior da blaster. A segunda é a mira de ponto de luz, cuja recomendação do manual é que ela seja encaixada no tactical rail da parte de baixo do extensor do cano. E vocês verão que o sistema de mira da Recon tem uma série de detalhes.

A mira fixa trabalha nos moldes daquela que vem com a Longstrike. Há uma massa de mira localizada na ponta do extensor do cano, que deve ser utilizada em conjunto com a alça de mira que fica encaixada no tactical rail do engatilhador. A massa de mira é um simples prolongamento de plástico que se extende para cima na ponta do cano e que pode ser dobrada para dentro – o que é uma vantagem pois protege esta parte de quebras quando estamos transportando a blaster, mas eu não vejo uso desta parte abaixada durante a batalha. A alça de mira também vem nos moldes da Longstrike, mas possui apenas um elemento dobrável (ao contrário de dois daquela). Ela é composta da base para encaixar no tactical rail e do mencionado elemento dobrável, que por si só é composto de mais duas partes: a escala de inclinação do disparo e uma roda que pode ser regulada para cima ou para baixo nessa escala. A roda também possui duas aberturas cujo eixo passa pelo seu centro. Quando o elemento dobrável está abaixado, essas duas aberturas se alinham com a massa de mira do cano, formando uma linha de mira reta para a blaster. 

Mira fixa da Recon mostrando a pequena abertura para a visada quando ela está abaixada.
 
Quando o elemento dobrável está levantado, no entanto, a roda torna-se uma peça regulável para a definição da inclinação do disparo. Neste cenário, se olharmos a roda a partir da visão do atirador, veremos que esta possui outras duas aberturas: uma bem no seu centro, circular, e outra à sua esquerda, em forma de trapézio com sua base maior em curva. A abertura central deve ser alinhada com a massa de mira do cano. A abertura da esquerda deve ser usara para visualizar a altura que se quer na escala de inclinação, marcada pelos riscos brancos no suporte preto do elemento dobrável. Quanto mais para cima colocamos a roda, mais a arma ficará inclinada no disparo. Mas a roda tem mais um detalhe ainda: ela fica travada na posição escolhida, e para movê-la devemos destravá-la. Para fazer isso, deve-se girar a roda no sentido anti-horário. Quando fazemos isso, ela fica livre para deslizar para cima e para baixo na escala de inclinação. Quando ela está na posição que se deseja, basta girá-la no sentido horário para voltar a travá-la e fazer a visada.


Mira dobrável da Recon levantada e com a roda de visada travada.

MIra dobrável da Recon com a roda na posição destravada.
Existem duas coisas que eu acho que valem a pena mencionar aqui. A primeira é que a utilização desta mira fixa só é possível com o extensor do cano acoplado à blaster. Sem ele, não há uma massa de mira, e portanto não há com o quê se alinhar a alça de mira, esteja ela dobrada ou levantada. A segunda é que quando utilizamos a alça de mira levantada para um disparo inclinado, devemos tomar cuidado para fazê-lo de forma correta. Suponhamos que a roda da alça de mira esteja em uma posição bem alta. Devemos inclinar a blaster como se houvesse um eixo passando pelo centro desta, da esquerda para a direita. Desta forma o cano irá apontar para cima e a coronha irá deslizar para baixo no ombro até que o furo central da roda alinhe-se com a massa de mira. Se, ao contrário, movermos a nossa cabeça para cima para alinhar os olhos com a mira, estaremos mantendo a blaster apontada para frente. Portanto lembre-se: ajuste a blaster à sua visada e não a sua visada à blaster.

Se não quisermos usar a mira fixa, podemos então dispor da mira de ponto de luz que vem junto com a blaster. Essa mira é basicamente uma lanterna com uma luz vermelha interna e uma pequena lente de plástico na frente que tenta focar essa luz em um único ponto. Provavelmente vocês já sabem, mas as mira des ponto de luz da Nerf não são em nenhum momento miras laser. São apenas uma lanterna com seu feixe de luz vermelha mais focado em um ponto. Isso é perfeitamente compreensível pois lasers emitem feixes de luz de energia muito superior a lanternas comuns, e concentrados em pequenos pontos. Se não usados corretamente podem machucar, principalmente os olhos. E, pensemos bem: durante uma batalha Nerf, temos que mirar uns nos outros,e portanto um laser aumentaria e muito a chance de alguém sair machucado. Fora isso, há leis que classificam a venda de dispositivos que possuem lasers, e consequentemente haveriam restrições às blasters se essas os tivessem.

Mira de ponto de luz da Recon ligada.
A mira de ponto de luz da Recon é um acessório Nerf que, como os outros, é desenhado para ser acoplado nos tactical rails, e portanto é compatível com outras blasters que tenham essa parte. É alimentado por duas pilhas AAA. Possui dois controles na sua lateral: um botão liga/desliga (que está apenas em um dos lados) e um controle deslizante que posiciona a lente focalizante da luz mais para frente ou mais para trás, fazendo o feixe de luz se abrir mais em uma posição e se concentrar mais na outra (este controle está dos dois lados da mira). Os dois extremos desse controle são duas posições diferentes cujos nomes são: tactical light, ou luz tática, pensado para agir como uma lanterna em ambientes mais escuros, quando se põe o controle na posição mais próxima da parte frontal da mira, e red dot, ou ponto vermelho, para se concentrar o feixe de luz e produzir da melhor maneira possível um ponto luminoso único para guiar os disparos. Embora esses sejam os dois extremos, o controle possui um número muito grande de posições entre eles para ser ajustado movendo-se a sua alavanca para frente ou para trás. Vale lembrar que a mira irá funcionar melhor em ambientes mais escuros. Em ambientes claros, o ponto de luz quase não será visto, se o for. E um último detalhe: apesar desta mira tomar um dos tactical rails da blaster, ela possui seu próprio tactical railna sua parte de baixo.

Close da mira de ponto de luz da Recon, onde se pode ler as descrições dos seus comandos: Tactical Light/Red dot e On/Off.
Efeito da mira de ponto de luz da Recon na parede no modo Red Dot, em um ambiente mais escuro, a uma distância de cerca de 60 cm.  Esse feixe fica mais fraco à medida que nos afastamos da parede.


Efeito da mira de ponto de luz da Recon na parede no modo Tactical Light, em um ambiente mais escuro, a uma distância de cerca de 60 cm.  Esse feixe fica mais fraco à medida que nos afastamos da parede.

Como vocês podem ver, os mecanismos de mira da Recon são bem completos. Mas gostaria de deixar minha opinião pessoal, como já fiz na review da Longstrike. Não acho que todas essas técnicas de mira sejam muito eficazes durante uma batalha. Primeiro porque as blasters não são feitas para precisão extrema nos disparos. Segundo porque os dardos, por serem leves e não terem muita potência no disparo, variam em sua trajetória quando fatores como vento entram em cena. Fora isso, a gravidade vai sempre puxá-los para baixo, e sempre teremos que inclinar um pouco a blaster para cima para acertar alvos que estão um pouco mais distantes. Na hora da batalha, o que importa mais para mim é a experiência com os dardos, os caminhos que eles percorrem, e com a blaster que se está utilizando. As miras ajudam, sim, e eu vejo ainda mais funçao para a mira de ponto de luz em um ambiente mais escuro, mas eu particularmente não paro para acertar a elevação da roda da mira da recon durante a batalha. Onde acho que elas acrescentam diversão é quando estamos brincando sozinhos. Aí temos tempo para parar, regular a mira, fazer uma visada mais demorada, tentar um disparo, corrigir a mira depois do disparo, tentar denovo...

A empunhadura da Recon é boa, com um cabo ergométrico e bem posicionado. Este cabo também tem o formato da mesma peça de uma pistola, o que coloca a mão em uma posição mais reta para o disparo. O único detalhe que fica aqui é que, para minha mão de adulto, sobra espaço para o dedo indicador, de modo que se eu simplesmente colocá-lo sobre o gatilho, irei quase dar uma volta nele. Preciso conscientemente posicionar meu dedo indicador com a ponta sobre o gatilho para que ele não fique desconfortável.

Empunhadura da Recon - meu dedo indicador dando quase uma volta no gatilho.
Empunhadura da Recon - dedo indicador posicionado com a ponta no gatilho.

A coronha da Recon também é muito boa, na minha opinião. Apesar de parecer um pouco fraca de construção, ela se adapta bem ao meu ombro e eu gosto da posição na qual ela coloca a blaster em relação ao meu corpo. Ainda, a coronha tem espaço para segurar um clip adicional (vendido separadamente), e munição extra sempre é bom. Para soltar a coronha do corpo da blaster, esta possui um botão que deve ser deslizado para baixo para destravá-la e puxá-la para trás. Em minha opinião, o posicionamento da coronha na Recon é um dos melhores que vi em blasters Nerf. Ela encaixa muito bem no meu ombro e permite uma pegada segura e direta da blaster. Quase como se ela ficasse em posição de disparo automaticamente. Disso eu gosto bastante na Recon.

Coronha da Recon carregando um clip adicional (vendido separadamente). Note o botão de liberação desta peça na esquerda da imagem.
Na parte traseira da cobertura preta que protege o pistão de ar da Recon pode-se encontrar um pequeno recorte em forma de semi-círculo. Ele serve para mostra quando a blaster está armada, e funciona usando o movimento, ou melhor, a posição do pistão ali dentro. Quando engatilhamos a blaster o pistão se move para trás até o fim da proteção preta, o que o faz efetivamente tampar o recorte. Como o pistão é alaranjado o recorte fica como se estivesse “aceso” nesta cor, indicando que a blaster está armada. Quando efetuamos o disparo o pistão volta para frente e o recorte fica vazado novamente, o que quase o deixa como se estivesse “apagado” em preto. Note que não há luzes aqui – usei apenas analogias com as palavras “aceso” e “apagado”.

Quando o mecanismo de disparo está desarmado a janela da proteção do pistão fica vazada e quase preta aos olhos.
Quando o mecanismo de disparo está armado a janela da proteção fica coberta pelo pistão, que é laranja, e mostra que a blaster está pronta para o disparo.

O gatilho da Recon não tem nenhuma função especial além de liberar o mecanismo de disparo. Este mecanismo, por sua vez, tem o mesmo princípio de funcionamento daquele presente na Longstrike. O pistão de ar segue o modelo de reverse plunger (ou pistão reverso), onde a cápsula que envolve o pistão é o que se mexe para trás e para frente. Esse mecanismo, como já discuti na review da Longstrike, possui um menor potencial para modificações se comparado com o sistema de direct plunger (pistão direto) usado na Longshot, por exemplo, visto que a potência máxima que se pode extrair dele é menor. Mas de fábrica ele funciona muito bem e eu nunca tive problemas com a minha Recon por causa desse sistema. Uma outra peça, que eu pessoalmente considero parte do mecanismo de disparo, e que todas as Nerf que conheço que usam o clip system têm, é uma janela para a remoçao de dardos emperrados. Ela fica localizada em cima do corpo da blaster, mas embaixo do engatilhador. Todas essas janelas das blasters Nerf são pensadas para ficarem travadas durante o ciclo de disparo, podendo apenas serem abertas quando o engatilhador está totalmente armado e, por consequência, o mecanismo de disparo está aberto. E colocar a janela logo abaixo do engatilhador é o jeito da Recon de garantir isso, pois ela só aparece por completo quando o puxamos totalmente para trás. Na minha opinião isso adiciona segurança e não é um problema, mas mais uma característica da blaster.

A construção como um todo da Recon me agrada apesar de alguns detalhes. Vamos ver agora como ela se comporta atirando.

Test de tiro

No teste de tiro da Recon segui as mesmas linhas dos outros que fiz. Mas como faz um tempo que falei das condições do teste (na verdade, foi no primeiro post), vou novamente colocá-las aqui. O teste seguiu estas linhas:

  • Estendi uma trena no chão que chegava a mais ou menos 15 metros de distância.
  • Carreguei um clip com 6 dardos na arma.
  • Realizei uma pontaria na mesma direção da trena.
  • Usei o fundo de uma casa murada para tentar diminuir a influência de fatores externos como o vento.
  • Realizei 4 tipos diferentes de testes – um para cada modo da arma e maneira de atirar combinados.
  • Tanto quanto possível, a ponta do cano encontrava-se na marca de 0m da trena. Usei um batente de porta como guia para manter sempre o cano nesta posição. Uma variação de uns poucos centímetros é possível, no entanto.
  • Cada teste consistiu em atirar os 6 dardos do clip, medir as distâncias que cada um atingiu no momento que ele tocou o chão pela primeira vez (aproximado para a primeira casa decimal), e usar esses 6 valores para calcular a média de distâncias.

Todos os disparos foram realizados da altura do meu ombro, em uma situação normal de disparo. Como tenho em torno de 1,78m, isso coloca o cano da arma a aproximadamente 1,54m de altura do chão quando apontada diretamente para frente. Os 4 tipos de teste foram os seguintes:

  • Tiro realizado apontando-se o cano diretamente para a frente (perpendicular ao chão), com o extensor do cano montado na arma.
  • Tiro realizado com o cano aproximadamente a 15-20 graus de inclinação em relação ao chão, com o extensor do cano.
  • Tiro realizado apontando-se diretamente para frente, sem o extensor do cano.
  • Tiro realizado com a arma apontada a aproximadamente 15-20 graus de inclinação em relação ao chão, sem o extensor do cano.

As seguintes letras representam as possibilidades de cada situação: E (com o extensor), S (sem o extensor), R (tiro reto) e I (tiro inclinado). Portanto, os 4 testes mencionados anteriormente são representados respectivamente por estas combinações de letras: E/R, E/I, S/R e S/I. Os resultados estão na próxima tabela. Cada uma das distâncias atingidas pelos dardos é dada nas linhas 1, 2, 3, 4, 5 e 6 para cada teste. Os menores valores atingidos estão destacados em verde, e os maiores em azul. A média simples dos valores é dada na última linha.






E/RS/RE/IS/I
18,59,58,29,3
25,08,211,014,6
38,010,111,512,3
48,110,09,012,5
59,06,612,514,2
66,611,012,412,3





Média7,539,2310,7712,53

Pode-se notar que a Recon tem um bom alcance dos dardos, ficando em média entre aproximadamente 7,5 e 12,5 metros dependendo das condições do disparo. Alguns disparos chegam a atingir quase 15 metros se executados corretamente, e eu tenho certeza que com um pouco mais de inclinação podemos chegar a distâncias ainda maiores com essa blaster. Nesse sentido, a Recon atira muito bem e apresenta um potencial para batalhas a médias distâncias muito bom, o que a faz até candidata à uma blaster desniper.

Existem dois detalhes que se destacam, no entanto: a presença do extensor do cano, que diminui o alcance dos dardos, e episódios esporádicos de disparos abaixo da média. No primeiro caso, pode-se notar, comparando-se as colunas E/R e S/R, que quando nós retiramos o extensor do cano, temos um ganho de apeoximadamente 1,8 metros na distância atingida pelos dardos. O mesmo acontece quando comparamos as colunas E/I e S/I, o que mostra que mesmo inclinado temos um ganho muito parecido em distância sem o extensor do cano. Ou seja, o extensor do cano de fato limita um pouco a blaster no seu alcance.

No segundo caso, nota-se também que certos valores na tabela estão bem abaixo da média das distâncias (por exemplo, o valor 5,0 na linha 2 da coluna E/R). Isso reflete uma característica da minha Recon que é de, de vez em quando, dar disparos bem ruins. Os dardos caem a cerca de 5 ou 6 metros de distância, o que para mim é um alcance abaixo do esperado para esse tipo de blaster. Isso acontece muito mais com o extensor do cano acoplado, e eu especulo que seja pelo pequeno diâmetro do interior deste. Esta peça da Recon tem sua abertura central (por onde passa o dardo) com diêmtro de aproximadamente 17,3 milímetros; em contrapartida, o extensor do cano da Longstrike, por exemplo, tem aproximadamente 23 milímetros. Os dardos streamline da Nerf têm cerca de 12,7 milímetros de diâmetro, portanto eles têm um espaço mais apertado no cano da Recon para passar e pode existir mais changes deles baterem nas laterais internas do cano durante seu trajeto e perderem muita energia, gerando disparos piores. Mas isso não aconteceu apenas com o cano colocado na blaster – no modo pistola isso também aconteceu, mas bem menos vezes, comigo. Não sei se isso é apenas problema com o meu exemplar, e se você tiver ou não o mesmo problema, deixe nos comentários. Apenas estou relatando o que acontece com a minha Recon aqui. No fim, prefiro a minha Recon como pistola ou ao menos sem o extensor do cano, já que ela tem um maior alcance e disparos mais consistentes dessa maneira.

Quanto à precisão, ela se iguala às blasters Nerf mais recentes, como a Longstrike. Com o extensor do cano acoplado, a blaster é de fato um pouco mais precisa, mas como vimos, este tira um pouco da distância que os dardos podem atingir.

Conclusões

A Recon é uma boa blaster. Bem construída e com design bonito, agrada aos olhos, é leve e fácil de ser manuseada e atira bem. Mas, por alguns detalhes (engatilhador acima da blaster, tactical rail em cima do engatilhador, alguns disparos inconstantes, entre outros), eu acabo preferindo a minha Longstrike sem o seu extensor de cano como “fuzil de assalto” em batalhas Nerf, e deixo a Recon mais como uma pistola ou como uma oportunidade para variar de blaster de vez em quando. Pelo preço das duas ser muito parecido, eu ficaria com a Longstrike. No entanto, lembre-se sempre de que esta é apenas a minha opinião. Sempre tente fazer um teste da blaster você mesmo antes de se decidir, e escolha aquela que mais se encaixa com o que você pretende fazer com ela.


essa postagem foi retirada do blog:http://dartgunsbr.blogspot.com/2011/01/nerf-recon-cs-6-review.html

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